Para construir uma edificação é necessário possuir um local onde construí-la, por isso o terreno como elemento de construção é o tema deste artigo.
Conheça todas as variáveis que utilizamos como orientação antes de elaborarmos um projeto!
Terreno — O que considerar na hora de construir?
Há uma relação bastante íntima entre uma casa e o terreno em que está será construída. Relação esta que também deve existir entre a casa e as demais existentes nas proximidades.
Há necessidade de estudar a sua massa provável em relação ao terreno e às construções vizinhas.
Além dessas condições de ordem estética, deve-se considerar o seguinte:
- 1) Localização;
- 2) Dimensões e forma;
- 3) Topografia;
- 4) Orientação e isolação;
- 5) Valor do terreno.
1 — Dimensões:
São de grande importância as dimensões de um terreno, devido à influência que têm no planejamento de uma residência.
Um terreno situado numa zona delimitada pela municipalidade está sujeito a uma determinada taxa de ocupação e a construção no lote deve também obedecer aos princípios básicos de urbanismo.
O planejamento das cidades-jardins vem resolvendo o problema dos terrenos de pequenas dimensões, pois são previstas grandes áreas livres em comum para o agrupamento de residências.
Os terrenos largos apresentam vantagens sobre os estreitos, pois facilitam a distribuição dos diferentes compartimentos.
2 — Formas:
A forma retangular é a mais comum; no entanto, não é a única que conduz a boas soluções.
Topografia:
Os terrenos planos são muitas vezes preferidos por motivos de ordem econômica. Esses terrenos nos permitem solução horizontal de todos os compartimentos.
Os terrenos acidentados permitem diferenças de nível de pisos, coberturas irregulares e, consequentemente, soluções interessantes.
Entretanto, alguns preferem nivelar tais terrenos e estudá-los como se fossem planos.
Quanto o terreno apresenta aclive em relação ao logradouro, o aproveitamento se faz de maneira mais fácil, utilizando-se a parte da frente como dependência de comunicação direta com a via pública, além de possibilitar o escoamento das águas pluviais e dos esgotos sem o emprego de máquinas elevatórias.
Os terrenos de declive em relação à frente principal são aproveitados para acomodações situadas em níveis abaixo da via pública, embora tenham o inconveniente de obrigatoriedade de emprego de bombas para o esgotamento das águas servidas.
De qualquer maneira, o levantamento topográfico precede os estudos iniciais do projeto.
3 — Orientação:
Não é fácil dizer-se, a ‘priori’, se um terreno é bom ou mau em relação às direções da rosados-ventos.
Em princípio (salvo qualquer influência modificadora de microclimas), os quadrantes para onde se deve evitar aberturas de iluminação e ventilação dos compartimentos nobres são o Norte e o Oeste, pela isolação excessiva.
É bom também se saber que (salvo certos microclimas), para a cidade do Rio de Janeiro, os ventos tempestuosos, vêm do quadrante sudoeste e os dominantes chegam no Sudeste:
4 — Valor:
Casa e terreno devem manter um certo equilíbrio de valor. Um terreno de alto preço não comporta uma residência de baixo custo, e vice-versa.
A diferença de valor unitário da área de um loteamento, não considerando a valorização fortuita provocada pela escassez de lotes, pode ser calculada matematicamente, atribuindo-se porcentagens para cálculos de índices aos principais fatores estáveis que contribuem para valorização de um lote.
Estes fatores são: distância em relação aos centros de irradiação (zonas comerciais, por exemplo), orientação, topografia, panorama, etc.
Considerando esses fatores em conjunto, após ter calculado o índice relativo a cada um, chegamos a conclusão que, atribuindo o valor mínimo ao menor, nos será fácil obter os valores dos lotes de índice compreendidos entre o máximo e o mínimo.
O terreno como elemento da construção:
Hoje em dia são tão variados os recursos e sistemas de fundações que quase não existem terrenos onde não possa ser levantada uma construção.
Cabe à mecânica dos solos pronunciar-se sobre as possibilidades de cada categoria de terreno.
O exame de laboratório das diferentes camadas do subsolo e de suas cargas admissíveis permitir-nos-á a escolha de um determinado sistema de fundações e determinará sua profundidade.
O material escolhido para esses testes é obtido por sondagens.
Conforme o resultado desses exames, podemos classificar os terrenos, para o lançamento de fundações, em:
- a) terrenos bons;
- b) Terrenos regulares;
- c) Terrenos maus.
(Após a verificação por especialistas em subsolos.)
1 — Terreno arruado:
É o terreno com uma das suas divisas coincidindo com o alinhamento do logradouro público ou de logradouro projetado.
2 — Vila:
É o conjunto de habitações independentes, em edifícios isolados ou não, e dispostos de modo a formarem ruas ou praças interiores, sem caráter de logradouro público.
Uma vila pode ter mais de uma entrada por logradouro público.